A presidente da República banalizou um recurso (o pronunciamento em cadeia de rádio e TV) que deveria ser usado apenas em circunstâncias especiais. Quem afirma é o senador Alvaro Dias, ouvido pela agência de notícias Rede 45, do PSDB, sobre levantamento publicado pelo jornal Estado de S.Paulo que mostra que a presidente tem apostado cada vez mais na realização de pronunciamentos. De acordo com o “Estadão”, Dilma fez 16 pronunciamentos, desde o início do seu mandato, em 2011, mais do que presidentes anteriores (Lula fez 11 pronunciamentos em rede nacional no primeiro mandato e dez no segundo, e FHC fez seis pronunciamentos no primeiro mandato e 16 no segundo). Para o senador Alvaro Dias, a utilização do recurso dos pronunciamentos se dá quase sempre com objetivos eleitoreiros. “Isso é grave. É um abuso. Uma afronta aos veículos de comunicação, que têm de alterar sua grade horária, mas, sobretudo, à população”, ressaltou o senador. Segundo o site do PSDB, o último pronunciamento de Dilma foi sobre o polêmico leilão de Libra gravado no Palácio da Alvorada pouco depois do resultado. A reportagem do “Estadão” afirma que este último pronunciamento custou aos cofres públicos $ 90.562,50, valor que inclui as despesas com produção, gravação, edição, equipe e equipamentos. O Estado de S. Paulo informa ainda que no total o governo gastou R$ 452,8 mil com cinco pronunciamentos neste ano, um aumento de 40,6% quando comparado o gasto, sem descontar a inflação, com o mesmo número de pronunciamentos de 2012 (R$ 322 mil).