A corrupção se alastra pelo País, a violência campeia e a população reclama da insegurança nas ruas, mas o governo, em total inversão de prioridades, reduz recursos para o setor de segurança pública e atua para esvaziar a Polícia Federal. A crítica foi feita pelo senador Alvaro Dias, ao falar, na sessão plenária desta quarta-feira (30), sobre o sucateamento da Polícia Federal e o abandono de promessas para a segurança públicas feitas pela então candidata Dilma Rousseff, na campanha de 2010.

“A Fenapef, que representa mais de 20 mil policiais federais, reivindica uma segurança pública eficiente, padrão Fifa, e denuncia que servidores burocratas, sem experiência operacional em campo, estão sendo indicados por critérios políticos para planejar e coordenar a segurança da Copa 2014. A verdade é que o sucateamento da Polícia Federal é um desserviço à sociedade brasileira, é um prêmio à corrupção; é, sobretudo, a celebração da impunidade”, afirmou o senador.

Em seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias destacou que mesmo após a realização das grandes operações anticorrupção pela Polícia Federal, os agentes, escrivães e papiloscopistas da instituição continuam recebendo a metade do salário dos auditores da Receita, oficiais da Abin e servidores das agências reguladoras. O senador ressaltou, entretanto, que as reivindicações dos servidores da Polícia Federal transcendem a mera recomposição salarial. A categoria exige que o governo federal regulamente as funções e as atividades dos agentes, crie um plano de carreira para os servidores e melhore a gestão da Polícia Federal.

O senador também apresentou no Plenário indicadores que demonstram o quanto da Polícia Federal está sendo congelada neste governo. Como exemplo, Alvaro Dias citou a estatística de indiciamentos nos últimos quatro anos, em relação a todos os crimes. Entre 2010 e 2013, o número de indiciados pela Polícia Federal no Estado do Paraná, por exemplo, caiu de 6.114 para 2.983, uma expressiva diminuição de 51%, mais da metade no número total de pessoas que foram efetivamente investigadas pelas unidades da PF no estado do Paraná.

“Infelizmente, a atual gestão da Polícia Federal tem medido a eficiência por intermédio dos inquéritos instaurados, uma forma de escamotear a queda de produtividade do órgão. Sabemos que a mera estatística dos inquéritos instaurados indica apenas a quantidade de crimes cometidos, e não pode ser apontado como indicador de eficiência. No âmbito nacional, a partir de 2010 e ao longo do governo Dilma, houve uma queda superior a 60% do número de pessoas indiciadas pela Polícia Federal. É igualmente revelador observar que entre os anos de 2010 e 2013, o número de indiciados, em crimes de tráfico de drogas, pela Polícia Federal no estado do Paraná, caiu 17% no número total de pessoas que foram investigadas pelas unidades da PF nessa modalidade de crime. Os problemas da Polícia Federal neste governo são mais uma faceta alarmante do estágio em que se encontra a segurança pública em nosso País”, concluiu o senador Alvaro Dias.