Em pronunciamento no Plenário, na sessão desta quarta-feira (09), o senador Alvaro Dias, ao mencionar a derrota da seleção brasileira para a Alemanha, afirmou que é inadiável uma reforma do futebol no País, principalmente na forma como ele é administrado. O senador defendeu que seja retomada a discussão sobre a exigência de maior transparência nas ações da Confederação Brasileira de Futebol, para que a entidade, envolta em sucessivas denúncias e escândalos de corrupção, possa ser investigada pelo Tribunal de Contas da União.

“A CBF é uma empresa privada ou uma espécie de paraestatal? Essa é uma discussão que tivemos durante a CPI do Futebol. Naquela época, em que investigávamos as denúncias de corrupção na entidade, ficou consagrado que, como a CBF mobilizava e administrava recursos que tinham origem nos eventos que envolvem a Seleção Brasileira, e como a Seleção é um patrimônio cultural do nosso povo, ela tinha sim que ser considerada uma paraestatal, passível de fiscalização de suas ações pelo TCU. Portanto, entendemos que a configuração jurídica da CBF a sujeita a uma fiscalização maior do Estado brasileiro. É preciso que haja maior transparência nas ações desta entidade”, afirmou o senador.

No seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias defendeu a urgente mudança no estatuto da CBF, para que seja instituído novo modelo de eleição para a presidência da entidade. O senador destacou que, atualmente, os dirigentes do futebol brasileiro são escolhidos, e se mantém por anos nos cargos, graças a favorecimentos, barganhas e benefícios que não premiam a competência, mas sim a promiscuidade na condução administrativa do esporte.

“Precisamos instituir um novo modelo na direção do futebol brasileiro, para que seja mais democrático e menos promíscuo. Os dirigentes são hoje escolhidos através do favorecimento ilícito, da barganha política, no toma-lá-dá-cá que leva à perpetuação de alguns cartolas que estão na CBF e nas federações há décadas. O processo de sucessão no futebol é absolutamente contaminado pela promiscuidade, é essa é uma questão que o País precisa enfrentar, para que a derrota da seleção possa ensinar. O fracasso da seleção pode ser o início da recuperação do futebol brasileiro, da evolução de nossos dirigentes. Esse avanço pode proporcionar vitórias futuras, mas precisamos aprender com os nossos erros”, afirmou o senador Alvaro Dias.