“No Brasil, hoje, é ostensivo o enfraquecimento das instituições e a banalização dos valores da democracia, da ética e da justiça diante da monumental crise advinda da corrupção”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, ao fazer um pronunciamento, no Plenário, sobre o Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado em todo o mundo neste 09 de dezembro.

Alvaro Dias destacou resultado obtido recentemente por pesquisa do instituto Datafolha, que revelou ser a corrupção o principal problema para o País apontado pela sociedade brasileira. Para a população, a corrupção ultrapassou a saúde, que nos últimos sete anos foi considerada a maior mazela nacional. O senador pontuou que essa percepção é alentadora e pode ser um imperativo para que haja mudanças profundas no Brasil, principalmente no modelo de governança atual.

“O modelo de governança implantado no Brasil está falido e precisa ser sepultado imediatamente. É crucial recuperar a legitimidade. Só será possível restaurar a legitimidade se for desmontado o grande balcão de negócios que se instalou na capital da República, há mais de uma década, para negociar apoio político em uma relação de promiscuidade, que deu origem a escândalos de corrupção como o mensalão, o petrolão, e a tantos outros. Espera-se que a percepção da população sobre a corrupção como o principal problema do País seja um imperativo às instituições, homens públicos e a própria iniciativa privada de que precisamos de mudanças, na medida em que fica demonstrado que a população percebeu que vem sendo subtraída em tenebrosas transações”, afirmou o senador.

No seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias citou números que mostram o tamanho do rombo provocado nas contas públicas devido à ação de corruptos. Segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) citado pelo senador, aproximadamente R$ 200 bilhões por ano são desviados no Brasil para os ralos da corrupção. Outro dado apresentado por Alvaro Dias foi revelado em balanço da operação Lava Jato divulgado pelo procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do Ministério Público Federal. Em um ano de Lava Jato já foram denunciadas mais de 150 pessoas, fechados mais de 28 acordos de delação premiada e revertidos voluntariamente aos cofres públicos mais de R$ 1,5 bilhão. Segundo o procurador, as propinas pagas, que teriam sido desviadas dos cofres da Petrobras, somam mais de R$ 6,2 bilhões.

“Como afirmou o procurador, R$ 6,2 bilhões pagos em propinas é apenas a ponta do iceberg do que é desviado no Brasil, algo em torno de R$ 200 bilhões de reais, um valor tão alto que não dá pra imaginar o que se faz com tanto dinheiro. Com esse montante, poderíamos triplicar os investimentos federais em saúde, educação, segurança”, concluiu Alvaro Dias.