O Senado deve ser ágil e não pode postergar a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma, caso a Câmara dos Deputados aprove, no próximo domingo (17), a abertura de processo de impedimento. Foi o que defendeu o senador Alvaro Dias, Líder do PV, em pronunciamento no Plenário, na sessão desta sexta-feira (15). Para o senador, a sociedade brasileira exige que o processo de impeachment seja definido o quanto antes, e por isso, o Senado não pode aceitar qualquer manobra protelatória que venha a obstruir a decisão sobre o impedimento.

“Não há razão para que se adotem procedimentos protelatórios. O Senado deve atuar com agilidade. O Brasil já esperou demais. Está cansado desse debate. Quer virar essa página e espera do Senado Federal responsabilidade e competência no julgamento da presidente da República. Esperamos que o presidente da Casa honre a função que exerce, não a apequene. Temos convicção de que isso ocorrerá e teremos a adoção dos procedimentos indispensáveis para a conclusão desta fase da história política do Brasil o mais rapidamente possível. Este impasse, que perdura já há muito tempo, é um prejuízo de proporções ilimitadas. Esta indefinição prejudica o País”, disse Alvaro Dias.

No pronunciamento, o Líder do PV reafirmou sua posição favorável ao impeachment de Dilma Rousseff. Para o senador, ao contrário do que os parlamentares governistas afirmam, o processo de afastamento da presidente da República tem bases jurídicas, comprovadas pelo Tribunal de Contas da União, no julgamento das chamadas “pedaladas fiscais”.

Há ainda, de acordo com o senador Alvaro Dias, razões políticas e de falta de ética e, para ele, elas não são de agora. O Líder do PV lembrou que já no julgamento do “mensalão”, em 2012, o então procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, classificou o esquema como a ação de uma “sofisticada quadrilha” destinada a comprar apoio de partidos para o projeto político do PT e do ex-presidente Lula.

“Há razões de natureza política que nos confortam nessa decisão. As razões de natureza política e, sobretudo, de natureza ética têm origem na conclusão de investigações que já ocorreram ao longo do tempo e que levaram um Procurador da República, com a responsabilidade da função que exercia, a afirmar, durante a ação do mensalão, no Supremo Tribunal Federal, que aquele escândalo de corrupção fora arquitetado por uma organização criminosa em nome de um projeto de poder de longo prazo. Um Procurador da República, nomeado pela Presidência da República, afirmava que o mensalão tinha origem em um complexo e sofisticado esquema de corrupção arquitetado em nome de um projeto de poder de longo prazo. E outro Procurador que o sucedeu definiu como um atrevido e complexo esquema de corrupção. E o petrolão, que hoje se investiga, veio como sucedâneo do grande escândalo denominado de mensalão. Enfim, esses fatos, os argumentos que decorrem dessas investigações e de julgamentos já efetuados são suficientes para oferecer o conforto de natureza moral, ética nesse julgamento fundamental”, disse o senador.