“O Brasil não continuar convivendo com uma semi-presidente comandando um País negociando, demitindo, nomeando na esperança de preservar o poder, assim como não pode conviver com um semi-presidente na expectativa de assumir o poder”. A colocação foi feita pelo senador Alvaro Dias, na sessão desta terça-feira (19), quando os parlamentares discutiram o rito de funcionamento da comissão de impeachment da presidente da República. O Líder do PV protestou contra o adiamento da instalação da comissão, que deve acontecer somente na próxima segunda-feira (25), e disse que a sociedade exige do Congresso Nacional uma definição urgente sobre a situação da presidente Dilma.

“O povo brasileiro espera uma resolução rápida para esse impasse, a solução dessa indefinição o mais rapidamente possível, porque já protelamos em excesso este debate, que se torna desgastante, porque compromete os interesses nacionais, porque emperra a possibilidade ou descarta a possibilidade de recuperação econômica a curto prazo no País, compromete a economia, assusta o mercado. Não temos por que protelar expediente que deveria ser cumprido no dia de hoje. Desta forma estamos dando uma trombada na aspiração nacional”, afirmou o senador.

No seu pronunciamento, Alvaro Dias disse que a sessão desta terça-feira mostrou quem são os partidos que estão atuando para tentar retardar a instalação da comissão especial que julgará o processo de impeachment. “Os blocos parlamentares que retardam a indicação dos nomes estão adotando um expediente protelatório, que é condenável, que tem que ser explicitado. Não há razão alguma para essa protelação. Portanto, recai sobre os blocos parlamentares que não indicam seus representantes no dia de hoje a responsabilidade pela procrastinação”, disse o Líder do PV, que faz parte do Bloco de Oposição, um dos poucos que já indicou seus nomes para a comissão.

Um outro protesto feito pelo senador Alvaro Dias diz respeito à decisão, tomada pela maioria do colégio de líderes, de que a indicação dos integrantes da comissão especial seja feita pelos blocos parlamentares, e não pelos partidos políticos, como prevê o art. 19 da Lei nº 1.079.

“Creio que seria mais justo que os partidos políticos pudessem indicar, para se fazerem representados na Comissão Especial, até porque um partido político não é só o que está dentro desta Casa; é a sua história; é, sobretudo, as suas bandeiras. E há partidos históricos excluídos dessa Comissão Especial, como o partido que integro agora, o Partido Verde, que tem 30 anos de existência e está excluído dessa Comissão Especial. De qualquer modo, como voto vencido, aceitamos essa deliberação. Não questionamos exatamente para não contribuir com a procrastinação desse processo”, concluiu o senador Alvaro Dias.