No início da sessão para votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, o líder do PV, Alvaro Dias, contestou a questão de ordem apresentada pela senadora Fátima Bezerra (PT), para tentar retardar os trabalhos. A senadora petista alegou uma suposta nulidade da sessão por conta, segundo ela, a ausência de resolução da Câmara comunicando decisão sobre o processo. Para o senador Alvaro Dias, tanto a questão de ordem de Fátima Bezerra como as outras apresentadas pelos parlamentares governistas foram meras atitudes procrastinatórias, anunciadas para tentar retardar a sessão e ganhar tempo.

“Não há questão de ordem a contraditar; o que há é uma questão de desordem. Aliás, eu não encontro no Regimento dispositivo que possibilite questão de desordem. E o que nós estamos verificando, nesta manhã, é a criação do Regimento criativo. Nós estamos hoje aqui, no Senado Federal, inaugurando o Regimento criativo. Depois da contabilidade criativa, nós temos o Regimento criativo. É um menosprezo à nossa inteligência, é uma ofensa a esta Instituição e ao País. Na verdade, o que desejam é procrastinar com questões de ordem que já foram respondidas, inclusive, pelo presidente Raimundo Lira, quando da realização dos trabalhos da Comissão Especial do Impeachment. Portanto, matéria vencida tem que ser respondida liminarmente. Nós temos que iniciar já os debates. O que houve até agora, lastimavelmente, foi uma tentativa de procrastinação infeliz. Não há como tentar, através de questões de ordem, empurrar esta sessão para o dia de amanhã”, disse o senador.

Após a intervenção do senador Alvaro Dias, o presidente do Senado, Renan Calheiros, indeferiu a questão de ordem de Fátima Bezerra (PT-RN), assim como todas as outras apresentadas pelos parlamentares do PT e do PC do B.