O senador Alvaro Dias participou, na manhã desta quarta-feira (21), da sessão especial em que foram homenageadas personalidades que contribuíram de maneira relevante na defesa das pessoas com deficiência no Brasil. Na sessão, foi realizada a entrega da Comenda Dorina Nowill, que é concedida pelo Senado Federal a personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil. A segunda edição do prêmio Dorina Nowill ocorreu na data em que se comemora o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência.

Na sessão especial, Alvaro Dias entregou a comenda ao ex-senador e atual vice-governador do Paraná, Flávio Arns, um dos homenageados neste ano de 2016. Os outros agraciados são Fernando Antônio Pereira Gomide, Helena Werneck, Lucia Willadino Braga e Aloysio Campos da Paz Júnior. Ao falar sobre Flávio Arns, o senador disse que teve a honra de ter contado com a colaboração dele quando foi governador do Paraná, entre os anos de 87 e 91.

“Tive a honra de tê-lo como parceiro quando governei o Paraná. Tive o privilégio de tê-lo como colaborador no Departamento de Ensino Especial da Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Com o seu esforço, sua competência, sua visão de futuro, sua dedicação, empreendeu ações na área que significaram avanços expressivos, antecipando-se ao que ocorreria à frente. Portanto, meus cumprimentos ao Flávio Arns, hoje vice-governador. Foi Senador da República e tem essa militância extraordinária a favor de pessoas menos favorecidas pela sorte, mas que certamente recebem de pessoas como Flávio Arns a solidariedade permanente”, disse Alvaro Dias.

Como destacou o senador em seu pronunciamento na sessão especial, a educadora Dorina de Gouvêa Nowill, nascida em São Paulo, perdeu a visão aos 17 anos. Mesmo cega, estudou em uma escola normal regular e tornou-se professora primária. Criou a Fundação Dorina Nowill, uma entidade voltada para auxílio aos deficientes visuais e reconhecida pela qualidade de seus livros acessíveis e serviços de reabilitação. Em 1948, Dorina trouxe para o país um maquinário completo para impressão em braile, e hoje sua fundação conta com a maior imprensa braile da América Latina. Durante sua carreira acadêmica, especializou-se em educação de cegos na Escola de Pedagogia, em Nova York. Foi presidente do então Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, hoje União Mundial dos Cegos. Morreu aos 91 anos idade.

“Não poderia deixar de me manifestar em sessão de tamanha importância, em que o Senado presta justificada homenagem, sobretudo relembrando uma figura extraordinária que marcou época, e que faz parte da nossa história: Dorina de Gouvêa, que faleceu em 2010. Ela deixou ao Brasil e ao mundo essa instituição reconhecida internacionalmente pela qualidade de sua atuação, e deixou lições especiais de quem enxergava o mundo com os olhos da alma”, disse o senador.

Alvaro Dias destacou, na Tribuna do Senado, que segundo o IBGE, hoje são 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. O senador lembrou que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 10% da população do planeta possui também algum tipo de deficiência. Para Alvaro Dias, é preciso garantir que essas pessoas com deficiência tenham acesso aos bens da sociedade: educação, saúde, trabalho, remuneração digna, e inclusão no mercado de trabalho.

“É necessário criar as condições de interação das pessoas com deficiência com os demais funcionários da empresa, com todas as pessoas com quem se relacionarão no exercício de sua atividade empregatícia. Faço referência a essa questão do emprego exatamente porque deve ser uma preocupação do Poder Legislativo. Recentemente, estivemos em Ponta Grossa, conhecendo uma experiência que considero da maior importância, participando do Fórum do Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho, um Programa que foi idealizado no Município de Ponta Grossa pelo empresário Álvaro Scheffer, que contou com o prestigiamento da administração municipal através do Prefeito Marcelo Rangel. Lá esteve também o senador Romário, que foi relator da Lei Brasileira de Inclusão. Posteriormente, levamos ao Ministério do Trabalho a experiência positiva do Município de Ponta Grossa. Não se trata de apenas contratar pessoas com deficiência, mas também de oferecer as possibilidades para que possam desenvolver o seu talento e permanecer no mercado de trabalho”, relatou o senador Alvaro Dias.