Nesta quinta-feira, 31/10, os Policiais Federais de todo paralisaram suas atividades para protestar contra o que chamam de boicote do governo federal às ações anticorrupção e devido ao sucateamento da instituição. Os policiais federais (agentes, escrivãos e papiloscopias) chamaram de “Dia das Bruxas” esta quinta-feira de manifestações, e estão divulgando pesquisa realizada recentemente que revelou que 94% dos membros da Polícia Federal acredita que a atual falta de investimentos no órgão é um castigo pelas investigações sobre corrupção. E segundo dados oficiais do Ministério do Planejamento, percebe-se que os agentes federais receberam na última década a metade dos reajustes concedidos às demais carreiras do Executivo Federal, o que tem causado uma evasão recorde de servidores. Entre as acusações que os policiais federais fazem ao governo está a de que o Ministério da Justiça tem instituído medidas para monitorar as operações da Polícia Federal. Uma outra crítica é a de que a falta de estrutura e o sucateamento da instituição está prejudicando o trabalho dos policiais em ações principalmente na fronteira. No Paraná, por exemplo, o número de apreensões na passagem do Brasil para outros países está caindo devido à falta de investimento em equipamentos básicos para a realização das operações. Um exemplo da negligência do governo: uma lancha que custa R$ 2 milhões, e que é usada para o combate ao contrabando e ao tráfico de drogas e de armas na faixa de fronteira, está parada por falta de manutenção, e coberta com uma lona. De acordo com o presidente do sindicato dos policiais federais Fernando Vicentini, a lancha adquirida pelo governo é praticamente um tanque de guerra, blindado, com metralhadora, GPS e três motores, e funcionou apenas dois meses. Segundo Vicentini, as equipes têm usado barcos apreendidos em operações para realizar o trabalho, que não são específicos para função policial nem são homologadas para exercer esta função. Das que são homologadas para funcionar no Paraná, nenhuma está funcionando. A falta de estrutura para os policiais trabalharem também tem atrapalhado nas apreensões de barcos que entram no Brasil com contrabando. Em 2011, foram apreendidas 46 embarcações. Em 2012, foram 35 e, até o mês de outubro deste ano, foram apenas 11.