Em vez de culpar o Banco Central, como sempre fazem, os empresários estão agora culpando o governo pelo aumento dos juros. Segundo representantes de entidades empresariais, o governo não faz a lição de casa nem corta os próprios gastos para permitir ao país ter juros menores. “O que todo empresário quer é redução de impostos. E isso fica cada vez mais longe. Não dá para falar em reforma tributária sem falar em corte de gastos. Fica uma discussão estéril”, disse Guilherme Mercês, gerente de economia da Firjan.

“Nosso grupo (CNI, Firjan e FIESP) espera, há dois anos, o governo dizer que o pior já passou e que agora vai melhorar. Não dá para melhorar fazendo o de sempre. O que vamos fazer diferente? Cortar gasto para aumentar o investimento”, disse André Ribeiro, economista da FIESP.

Para Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a mudança no discurso das entidades de classe reflete um “desânimo generalizado” com as perspectivas para a economia em 2014. “Ninguém espera uma catástrofe, mas 2014 será outro ano difícil. E só isso já é uma notícia muito ruim”, disse.