O Brasil ficou em 69º lugar, entre 175 países, no ranking mundial da corrupção elaborado pela ONG Transparência Internacional. Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira, o país obteve 43 pontos no índice que mede a percepção da corrupção. A escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). O Brasil se encontra muito atrás, por exemplo, de vizinhos como Uruguai e Chile (que dividem o 21º lugar) e de países africanos, como Botsuana (31º) e Cabo Verde (42º). A 20ª edição do Índice de Percepção da Corrupção, que será lançado hoje, mostra que a nota do país passou de 42 para 43 em relação ao ano passado. Para calcular a nota, a ONG pergunta a entidades da sociedade civil, agências de risco, empresários e investidores qual a percepção sobre a transparência do poder público. Depois, a tabela é elaborada por meio de uma pontuação que vai de 100 (menos corrupto) a zero (mais corrupto).

Em sua análise sobre os resultados da América Latina, a Transparência Internacional avalia que, embora os índices da região não tenham piorado, houve uma estagnação. “Grandes esquemas de corrupção envolvendo indivíduos nos altos escalões do poder e a falta de punição aos corruptos continuam a prevalecer nas Américas”, destaca a ONG. O relatório cita Brasil e México (103º com 35 pontos) como exemplos dessa falta de progresso na luta por transparência e lista grandes escândalos recentes nos dois países: o propinoduto na Petrobras e o desaparecimento de 40 estudantes na cidade mexicana de Iguala. “Esses dois países, ao invés de fazer um uso positivo de sua influência como líderes geopolíticos, mostram sinais de estagnação e até retrocesso ao permitir o abuso de poder e o desvio de recursos em benefício de poucos”, analisa a ONG.