Em entrevista à jornalista Claudia Safatle, do jornal Valor Econômico, o futuro ministro da Fazenda do segundo mandato de Dilma Rousseff, Joaquim Levy, fez duras críticas à atual política econômica conduzida pela sua futura chefe. Na entrevista, Levy não chega acusar diretamente a presidente Dilma pelo fracasso da política econômica nos últimos quatro anos, mas deixa suas críticas mais do que implícitas. Ao falar sobre tarifas de energia, por exemplo, o futuro ministro afirma que houve “deterioração das contas públicas”, entre outras razões, porque o Tesouro assumiu “responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”. Como se sabe, as “responsabilidades desproporcionais” assumidas pelo Tesouro Nacional se deram por determinação direta da própria presidente Dilma, que queria que as contas de luz fossem mantidas artificialmente baixas durante 2014, um ano eleitoral.

Ainda segundo Joaquim Levy, a chamada Conta de Desenvolvimento Energético deverá passar “para a tarifa de consumo”, ou seja, para todos os brasileiros que pagam suas contas de luz. “É uma conta que ultrapassou R$ 10 bilhões ao ano e que, se mantida no Tesouro, terá implicações perigosas para o ‘rating’ da dívida pública”, afirmou no Valor o futuro titular da Fazenda. O ministro dá ainda a entender que não sabe se tudo funcionará como se espera. “Nessa conta [do setor de energia] houve recentemente o reconhecimento de um passivo de mais de R$ 8 bilhões no chamado sistema isolado, sem que haja indicação de como ele será equacionado. Vai precisar determinação para acertar essas contas, além de um pouco de sorte para a situação hídrica melhorar”.

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