“O governo do PT age como se fosse um Robin Hood às avessas, pegando o dinheiro do contribuinte para enviá-lo, via BNDES, a nações amigas e empresas privilegiadas”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, ao comentar, na sessão plenária desta quarta-feira (03), a decisão do BNDES de disponibilizar em seu endereço na internet os dados dos financiamentos do banco a obras tocadas por empresas brasileiras em outros países. Segundo disse o senador, a liberação dessas informações não ocorreu de forma espontânea, e na verdade foi resultado da pressão feita por parlamentares, pelo TCU e pela imprensa brasileira.

Em seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias lembrou que até pouco tempo, o BNDES afirmava que não disponibilizava esses dados sobre os empréstimos porque a legislação o impedia de fazê-lo. O senador destacou que em expediente encaminhado ao Senado Federal no final de 2014, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou informações parciais a respeito das operações do BNDES realizadas nos primeiros semestres de 2014, ressaltando que aqueles dados foram classificados como reservados.

“As informações enviadas pelo ministro sobre as operações do BNDES na verdade pouco ou quase nada continham de significativo. Segundo disse o ministro Mantega na ocasião, a divulgação prejudicaria ou poria em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, além de afrontar o resguardo de sigilo comercial. O curioso é que a legislação não mudou de lá pra cá. O que mudou, de fato, foi a orientação do governo, e assim os dados deixaram de ser considerados sigilosos”, disse o senador Alvaro Dias.

A decisão tomada pelo governo do PT, que alterou o Estatuto Social do BNDES, também foi lembrada pelo senador Alvaro Dias no Plenário. O senador afirmou que a modificação permitiu que o banco financiasse a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas de capital nacional no exterior. Desta forma, ficou pavimentado o caminho para o redirecionamento da atuação do BNDES.

“O modelo de gestão que o governo do então presidente Lula implementou no BNDES foi baseado em uma transferência sem precedentes na história brasileira de dinheiro captado pelo Tesouro Nacional para o Banco emprestar à empresas brasileiras e governos estrangeiros com juros subsidiados pelo contribuinte brasileiro. De 2008 a 2014, o Tesouro Nacional captou no mercado e transferiu ao Banco de Fomento cerca de R$ 426 bilhões. A recente divulgação dos dados pelo BNDES demonstrou que as operações do Banco foram realizadas com prazos longos e juros subsidiados. Para alguns países mais alinhados ao governo do PT, como Cuba, os prazos e o juros são diferenciados. Uma verdadeira camaradagem feita com o dinheiro do contribuinte brasileiro”, concluiu Alvaro Dias.