O impeachment de Dilma Rousseff nasceu nas ruas, após manifestações que levaram milhões de brasileiros a protestar contra o governo e exigir mudanças no País, e o Congresso precisa se preparar para o dia seguinte à votação final do processo, pois o Brasil tem urgência de crescer e a população não pode mais esperar pela retomada do desenvolvimento. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, líder do Partido Verde, ao se pronunciar na última reunião da comissão do impeachment, nesta quinta-feira (04). O senador rechaçou a tese de que há um “golpe” em curso no País, e afirmou que as decisões tomadas pelos parlamentares em relação ao impedimento da presidente da República são plenamente respaldadas pela Constituição.

“O impeachment nasceu nas ruas do País, foi embalado pelas manifestações populares gigantescas que sacudiram esta Nação. Certamente, não há, na história, nenhum processo de impeachment que se instale sem apoio popular. Há pressupostos básicos indispensáveis para a instauração do processo de impeachment, evidentemente, aspectos que dizem respeito à Constituição, portanto, suporte de natureza jurídica, mas é fundamental o apoio popular. Portanto, não há como se falar em golpe. Quando se fala em golpe no confronto político, vem a nossa mente tanques nas ruas, tanques de guerra nas ruas, o Exército fechando o Congresso Nacional. E o que vemos aqui são senadores e deputados opinando, debatendo, a defesa se pronunciando, a acusação se pronunciando, e os parlamentares votando em paz, sob a égide da Constituição do País, cumprindo o seu dever”, afirmou o senador.

No seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias elogiou o parecer elaborado pelo relator Antonio Anastasia – “qualificado, técnica e juridicamente, com argumentos que fulminam posições contrárias ao processo de impeachment, de forma competente e indiscutível” –, destacou a participação do Partido Verde em todo o processo na comissão – “é um partido que tem história, que tem causas a defender e comprometimento com os interesses nacionais e jamais se omitiu num momento de importância histórica como esse” – e destacou o amadurecimento das instituições do País nos últimos anos.

“É preciso reconhecer que, desse debate, do confronto das ideias, nós recolhemos a lição de que as instituições públicas brasileiras estão amadurecidas, alcançam a maturidade. E, da mesma forma, o povo desse país. A certeza de que a corrupção jamais será tolerada. Se tolerou a corrupção, ela foi banalizada durante muitos anos e estamos vivendo o marco de um novo rumo em que a corrupção jamais será tolerada. O país mergulhou em crises sem precedentes, mas as administra, com suas instituições solidificadas, sob a égide do Estado de Direito, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça”, destacou.