“Sem foro privilegiado, o caminho é a prisão”, diz Alvaro Dias

0
1778

O senador Alvaro Dias fez uma defesa ferrenha da Operação Lava Jato e do fim do foro privilegiado, em pronunciamento esta sexta-feira (22/03), na tribuna do Senado Federal. Ele afirmou que o apoio à Lava Jato é uma “prioridade nacional, uma exigência do povo brasileiro”. Também destacou a importância para a operação do projeto de sua autoria, que acaba com o foro privilegiado de mais de 55 mil autoridades.

O líder do Podemos no Senado lembrou que, em cinco anos, a Lava Jato resultou em 285 condenações daqueles que não possuem foro privilegiado, com mais de três mil anos de penas. Por outro lado, no mesmo período, entre os beneficiados pelo foro privilegiado houve apenas uma condenação, de 13 anos de prisão.

“Com foro privilegiado, a realidade é uma. Sem o foro privilegiado, a realidade é outra”, ressaltou Alvaro Dias. “Sem o foro privilegiado, a hipótese da condenação e da prisão é real. Com o foro privilegiado, real é a prevalência da impunidade sobre a Justiça”. Em seu discurso, o parlamentar usou como exemplo da importância do fim do foro para a Lava Jato a prisão, na quinta-feira (21/03), do ex-presidente Michel Temer.

O senador pelo Paraná recordou que Temer havia sido denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República, mas acabou protegido pela Câmara dos Deputados. A prisão, ao fim do mandato, portanto, não seria “nenhuma surpresa”, em razão dos atos que se tornaram de conhecimento público, a partir da Lava Jato. “Enquanto protegido pelo foro privilegiado, viveu a liberdade. Perdendo o foro privilegiado, o seu caminho foi a prisão”, pontuou.

Alvaro Dias reforçou que a Operação Lava Jato “não é seletiva”. “Não mira esse ou aquele partido político. Não leva em conta o partido e, sim, o crime praticado. Esse é um fato, já que constantemente ouve-se alguns asseverando que a Operação Lava Jato trata seletivamente dos casos que investiga. E os fatos comprovam isso não ser verdadeiro”, sublinhou o parlamentar.

O senador assinalou ainda que é preciso respeitar as aspirações dos brasileiros. “É preciso respeitar a sociedade brasileira, castigada durante tanto tempo por acontecimentos que a infelicitam. É preciso respeitá-la nessa aspiração maior de ver o país mudando para valer, e nós estamos nesta fase de transição para o nosso futuro, que é de fundamental importância”, finalizou.

Veja mais aqui