Convidado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para falar na sessão especial após o recebimento do projeto de reforma da Previdência aprovado na Câmara, o Líder do Podemos, Alvaro Dias, disse, no Plenário, que o governo deve um agradecimento à população pela aceitação de uma reforma que impõe sacrifícios a todos. O senador Alvaro Dias afirmou que a reforma não deve ser comemorada, apesar de ser necessária.

“Em primeiro lugar, os cumprimentos à Câmara dos Deputados e ao presidente Davi, que também participou das articulações buscando a solução para um grande impasse. Mas, acima de tudo, nós devemos e, principalmente, o governo, deve um agradecimento especial à população brasileira pela aceitação de uma reforma de sacrifício. Não há como desejar comemoração para essa reforma. Nem sempre o que é bom para o governo é bom para a população. E esse é o caso. Essa é uma reforma muito boa para o governo, mas é uma reforma de sacrifício para a população. Mas a população entendeu a sua importância. É de sacrifício para a população que terá que trabalhar mais tempo, pagar mais, aposentar-se mais tarde e talvez recebendo uma aposentadoria aquém das suas expectativas”, disse o Líder do Podemos.

Na sessão desta quinta-feira (08/08), o presidente Davi Alcolumbre leu em Plenário o recebimento da PEC 6/2019, da Reforma da Previdência. Com isso, o texto passa oficialmente a tramitar na Casa. A PEC foi encaminhada à CCJ, e o senador Tasso Jereissati será o relator.
Para o senador Alvaro Dias, os senadores precisam apoiar a reforma da Previdência.

“Nós apoiamos a reforma. Não é contraditório porque não há alternativa. Ou aprovamos a reforma da previdência agora, ou chegaremos a um colapso no futuro, diante do drama de informar aos aposentados que o caixa está raspado e não há recursos para pagar as aposentadorias. Portanto, eu reitero, é uma reforma de sacrifício, mas necessária”, disse o senador.

No seu pronunciamento, Alvaro Dias disse ainda que compete ao governo também assumir determinadas responsabilidades. Para o senador, há questões que precisam ser solucionadas junto com a aprovação da reforma, como a eliminação da inadimplência. “Os grandes devedores não podem ficar impunes. Com a maior transparência, o Governo deve dizer à Nação o que faz para a recuperação de valores que pertencem ao sistema previdenciário. São mais de R$400 bilhões em inadimplência”, afirmou.

Alvaro Dias também afirmou que é preciso reconhecer que o déficit da Previdência não é responsabilidade do contribuinte. O senador explicou que no déficit da previdência, há o pesado impacto das desonerações. O Líder citou como exemplo o déficit de R$ 280 bilhões que é responsabilidade das desonerações.

“Portanto, há questões que devem ser encaradas pelo Executivo e pelo Legislativo, na busca por um sistema previdenciário autossustentável que ofereça segurança e, sobretudo, perspectiva de aposentadoria digna à população trabalhadora. Certamente, essa reforma não é a solução isolada. Por isso, o desafio é maior, a responsabilidade se impõe, e, certamente, o Congresso Nacional e o Governo da República haverão de se encontrar na solução dos problemas que afligem a sociedade brasileira”, concluiu o senador Alvaro Dias.

Assista a íntegra da fala do senador na mesa do senado aqui

5 COMENTÁRIOS

  1. De fato, Senador nada há para comemorar.
    Essa é uma “reforma” que sacrifica apenas à população, que, diga-se, NÃO ESTÁ A FAVOR DELA. Não há combate aos privilégios, militares, juízes, promotores, políticos, aposentadorias com salários da ativa, etc. Vivemos, agora, em pleno Estado de Exceção, com o desmonte de nossa soberania, ataque virulento aos direitos sociais e ao meio ambiente. A conta virá…..

  2. Realmente senador ,a reforma é necessária como sempre as mulheres que são mais prejudicadas , cito como ex o meu caso! Tenho 65 anos e meu marido 70, vivemos só dá aposentadoria dele, de 4 salários mínimo ,eu sou do lar se um dia conseguir me aposentar será com um salário mínimo, pois bem a questão é, se meu marido ficar viúvo ele continuará com o mesmo valor da sua aposentadoria , agora se eu ficar viúva ficarei com a metade da aposentadoria dele , e mesmo que eu consiga me aposentar minha renda não atingirá o valor atual, portanto senador ninguém pensou que há muitas mulheres que estão na mesma situação ou até pior que a minha ! se for aprovado desta maneira só vai me restar rezar !

  3. Senador, tenho lido muito sobre a previdência, porém percebo informações que não estão tão claras para o contribuinte. Um exemplo, se refere as regras de transição. Vou ter que pagar pedágio, pois estou muito próxima de aposentar, isso é fato! Minha dúvida é: o cálculo pra quem entrar na transição, será pela regra atual ou pela nova??? Se for pela nova, acho injusto, pois, além de ter que trabalhar mais, com o governo arrecadando mais também, ter que entrar num cálculo que vai achatar o benefício.
    Espero que os senhores Senadores, não peguem essa reforma e simplesmente assinem ratificando o texto da Câmara! Eu defendo a reforma, mas a forma como o governo quer, vai deixar uma grande parte da população numa situação vulnerável. Outra coisa: se não houvesse tanta roubalheira nesse País, não estávamos nessa situação. E outro porém, o governo para mostrar a que veio, deveria começar pelos grandes devedores do INSS. Sempre começam massacrando a população. Se eu tivesse o livre arbítrio, jamais pagaria INSS, colocaria esse valor na poupança ou outra aplicação. Com certeza meu benefício seria maior. E ainda acham que o governo tá fazendo favor pra gente…
    Espero, sinceramente, que os senadores mostrem a cara e tentem dar uma aliviada na reforma.

    Ah, sim, espero que possa sanar a minha dúvida quanto a forma de cálculo!

  4. Tudo bem é necessário a Reforma, mas a fórmula de cálculo ser 60% é desumano com povo é de obrigação de vocês lutarem contra isso.

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