Projeto de Alvaro Dias proíbe produção de cerveja com substâncias tóxicas

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O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) protocolou, esta quinta-feira (05/03), um projeto de lei que proíbe o emprego do etilenoglicol e do dietilenoglicol na produção de cervejas. No início do ano, o uso destas duas substâncias por uma cervejaria de Belo Horizonte (MG) resultou, até o momento, em 34 casos de intoxicação e em seis mortes.

Os consumidores do produto manifestaram sintomas como dores abdominais, náuseas, vômitos, alterações neurológicas e insuficiência renal. Análises conduzidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) constataram a contaminação da bebida pelas substâncias etilenoglicol e dietilenoglicol em 21 lotes de oito marcas diferentes de cervejas produzidas pela empresa.

“Apesar da rapidez com que foram conduzidas as providências com vistas a mitigar os danos provados por esse episódio de contaminação, nos causa estranhamento o fato de o emprego de substância tão tóxica quanto o dietilenoglicol ainda ser autorizado no País, especialmente, em processo de industrialização de produto que se destina ao consumo humano”, escreve Alvaro Dias no projeto.

Ele lembra que entidades representativas do setor de cervejas, como a Associação Brasileira de Cervejas Artesanais (Abracerva) e o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas de Minas (Sindibebidas), se manifestaram contra o uso dessas duas substâncias em fábricas de cerveja e solicitaram providências e normas reguladoras por parte do Mapa e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O líder do Podemos destaca que há opções não tóxicas que podem ser utilizadas no sistema de resfriamento das cervejarias, como é o caso do propilenoglicol. Conforme levantamento realizado pela Associação Abracerva, entre duzentas cervejarias pesquisadas, apenas 1,5% utilizam o etilenoglicol. A maioria delas dá preferência ao álcool (87,4%) e ao propilenoglicol (5,1%), que não é tóxico para humanos.