O governo Dilma vem dizendo na campanha eleitoral que tirou 36 milhões da pobreza com seus programas assistenciais, sendo 22 milhões apenas na atual gestão. O TCU (Tribunal de Contas da União), entretanto, colocou sob suspeita um dos números mais caros à campanha de Dilma, candidata à reeleição: o da redução de pobres no país, dizendo que esses dados podem estar “distorcidos”. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o TCU aprovou nesta quarta-feira (10) uma auditoria feita ao longo deste ano sobre programas de assistência social do governo, que mostra uma defasagem no valor das linhas que separam miseráveis e pobres da classe média, devido ao aumento da inflação e do dólar nos últimos anos. Quem é classificado como pobre ou miserável passa a ter direito ao Bolsa Família, um dos benefícios sociais pagos pelo governo.

De acordo com a matéria da “Folha”, o governo reajustou em maio de 2014 a linha da miséria de R$ 70 para R$ 77 per capita e da pobreza de R$ 140 para R$ 154. Mas, pelo valor de referência internacional que baseou a implantação do Bolsa Família, essa linha deveria estar em R$ 100 (miséria) e R$ 200 (pobreza), segundo a análise do tribunal. “Convém recalcular esses indicadores”, afirmou o responsável pelo processo, ministro do TCU Augusto Sherman. De acordo com o relatório do órgão de controle, “não é difícil perceber, portanto, que os indicadores relativos ao alívio da pobreza podem estar distorcidos”.

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